É engraçado como esse texto me fez chegar a ponto de chorar e depois me levou pra um otimismo que eu não sentia há um tempo. Senti euforia recentemente, pensando sobre meu futuro algumas vezes, mas não otimismo.
Desde o fim do ano passado, quando fiz uma viagem muito importante, venho me questionando como posso fazer para incorporar no meu dia a dia mais daquilo que considero parte de mim. Porque, sinceramente, eu gosto de me considerar uma ótima pesquisadora (já acabou o curso, já posso falar o que eu faço hoje hehehe), mas o que mais gosto sobre trabalhar como pesquisadora de produto de tecnologia é exatamente o fato de ser boa nisso. Eu não sinto que nasci para trabalhar com produto, não me movo profundamente com métricas financeiras e já desisti de acreditar que estou fazendo pelo propósito (obrigada a meu último emprego por ter me ensinado isso à força, rs). Eu só sou boa, mesmo.
Mas eu tenho algo que me move profundamente, desde nova. Eu já trabalhei com esse tema, já atrelei minha vida profissional ao tal propósito que me move individualmente nesse mundo. O resultado foi pouco dinheiro e um sentimento intenso de não saber quem eu era uma vez que admiti que precisava ganhar mais e, por isso, mudar de área.
Ainda preciso de mais tempo para observar como me sinto sobre a ideia de criar porque criar é o propósito. Deveria ser assim e era, quando eu tinha 18 ou 20 anos, mas deixou de ser porque estou tão cansada quando o dia acaba que só quero pensar em descansar. E, infelizmente, eu ultimamente descanso consumindo (não só financeiramente falando, consumindo conteúdo de outras pessoas também). Como eu posso fazer para me aproximar da criança que criava porque criar era importante? Como deixar o trabalho no lugar que ele deveria ocupar, honrando os aprendizados que ele me trouxe mas sem que ele seja a única coisa existente na minha vida? Vou buscando responder essas ao longo do caminho, porque agora acho que não tenho mais a opção de não caminhar.
Em 2019 eu tava num projeto que em tese era o ponto mais alto da minha carreira e talvez justamente por isso foi o que mais debilitou intelectualmente. Sei exatamente como é essa sensação de perceber que "tem muita coisa fora do lugar, mas eu não sei exatamente qual lugar delas". Por sorte foi também o projeto que me abriu os olhos pra esse pensamento de portfólio. De que não precisamos ser uma coisa só e que faz parte levar aprendizados de um lugar pro outro.
E é muito fácil a gente cair nessa armadilha de precisar ganhar mais grana e ferrar nossa identidade no meio do caminho. Me relaciono muito.
Pra mim a resposta pras suas perguntas finais moram na curiosidade. Pra mim o grande "clique" dos últimos anos foi olhar pra ela como de fato uma coisa diferente e inexplicável que vai acabar colocando a gente num caminho mais gostoso.
Eu realmente não acredito que todas as curiosidades levem a gente aos milhares de dinheiros, mas acho que o ponto é meio esse mesmo: algumas vão levar pra algum dinheiro, outras não. Cabe a gente organizar esse role.
Por último, mas não menos importante, obrigado por compartilhar e pela assinatura. Eu sei que você sabe o quão importante isso é.
Sem freio e sem caô! E ainda finaliza escancarando a real sobre ikigai!
O propósito do propósito se esvaiu nessa (i)ilógica "supracontemporânea".
Eu gosto da sua visão porque ela me instiga em muitas coisas mais. E agora tô instigado em mais uma: esse futuro aí tem espaço pra pessoa que é mais pro analógico e low profile?
E outra: é justo dizer que é inclusão digital noscasos onde pessoa tem acesso as ferramentas, mas é impedida de ter tempo de uso e aprendizado por conta das condições que se encontra com uma vida de subemprego?
Eu tenho restos de vislumbres de um cenário onde não será difícil escolher por uma vida com menos tempo de tela ou qualquer monetização digital do que produzimos como via principal ou fundamental de renda. Qualquer coisa fora disso me soa como um desastre beirando a dissociação coletiva do que é a vida vivida.
Pensando. Acho que a vida low profile analógica vai ser cada vez menos compatível com um crescimento econômico. Fico pensando se tem tipo aqueles esquemas de triangulo que vc só pode ter dois lados, saca? Acho que ter uma vida tranquila financeiramente falando sendo low profile dá, mas é difícil.
Mas, ao mesmo tempo, vai ser difícil ser "high profile" se você não curte, então também não funciona.
Acho que o role tá na busca por esse lugar ideal onde vc tem uma galera interessante perto de você que te permita conectar pontos e manifestar alguns trampos, sem que isso seja algo enorme - ao mesmo tempo que financeiramente provavelmente isso não vai ser enorme.
Ir "tunando" essa escala de grana x exposição x trampo
É engraçado como esse texto me fez chegar a ponto de chorar e depois me levou pra um otimismo que eu não sentia há um tempo. Senti euforia recentemente, pensando sobre meu futuro algumas vezes, mas não otimismo.
Desde o fim do ano passado, quando fiz uma viagem muito importante, venho me questionando como posso fazer para incorporar no meu dia a dia mais daquilo que considero parte de mim. Porque, sinceramente, eu gosto de me considerar uma ótima pesquisadora (já acabou o curso, já posso falar o que eu faço hoje hehehe), mas o que mais gosto sobre trabalhar como pesquisadora de produto de tecnologia é exatamente o fato de ser boa nisso. Eu não sinto que nasci para trabalhar com produto, não me movo profundamente com métricas financeiras e já desisti de acreditar que estou fazendo pelo propósito (obrigada a meu último emprego por ter me ensinado isso à força, rs). Eu só sou boa, mesmo.
Mas eu tenho algo que me move profundamente, desde nova. Eu já trabalhei com esse tema, já atrelei minha vida profissional ao tal propósito que me move individualmente nesse mundo. O resultado foi pouco dinheiro e um sentimento intenso de não saber quem eu era uma vez que admiti que precisava ganhar mais e, por isso, mudar de área.
Ainda preciso de mais tempo para observar como me sinto sobre a ideia de criar porque criar é o propósito. Deveria ser assim e era, quando eu tinha 18 ou 20 anos, mas deixou de ser porque estou tão cansada quando o dia acaba que só quero pensar em descansar. E, infelizmente, eu ultimamente descanso consumindo (não só financeiramente falando, consumindo conteúdo de outras pessoas também). Como eu posso fazer para me aproximar da criança que criava porque criar era importante? Como deixar o trabalho no lugar que ele deveria ocupar, honrando os aprendizados que ele me trouxe mas sem que ele seja a única coisa existente na minha vida? Vou buscando responder essas ao longo do caminho, porque agora acho que não tenho mais a opção de não caminhar.
Obrigada.
Em 2019 eu tava num projeto que em tese era o ponto mais alto da minha carreira e talvez justamente por isso foi o que mais debilitou intelectualmente. Sei exatamente como é essa sensação de perceber que "tem muita coisa fora do lugar, mas eu não sei exatamente qual lugar delas". Por sorte foi também o projeto que me abriu os olhos pra esse pensamento de portfólio. De que não precisamos ser uma coisa só e que faz parte levar aprendizados de um lugar pro outro.
E é muito fácil a gente cair nessa armadilha de precisar ganhar mais grana e ferrar nossa identidade no meio do caminho. Me relaciono muito.
Pra mim a resposta pras suas perguntas finais moram na curiosidade. Pra mim o grande "clique" dos últimos anos foi olhar pra ela como de fato uma coisa diferente e inexplicável que vai acabar colocando a gente num caminho mais gostoso.
Eu realmente não acredito que todas as curiosidades levem a gente aos milhares de dinheiros, mas acho que o ponto é meio esse mesmo: algumas vão levar pra algum dinheiro, outras não. Cabe a gente organizar esse role.
Por último, mas não menos importante, obrigado por compartilhar e pela assinatura. Eu sei que você sabe o quão importante isso é.
Bora junto!
sou sua fãaaa
E eu seu!
Sem freio e sem caô! E ainda finaliza escancarando a real sobre ikigai!
O propósito do propósito se esvaiu nessa (i)ilógica "supracontemporânea".
Eu gosto da sua visão porque ela me instiga em muitas coisas mais. E agora tô instigado em mais uma: esse futuro aí tem espaço pra pessoa que é mais pro analógico e low profile?
E outra: é justo dizer que é inclusão digital noscasos onde pessoa tem acesso as ferramentas, mas é impedida de ter tempo de uso e aprendizado por conta das condições que se encontra com uma vida de subemprego?
Eu tenho restos de vislumbres de um cenário onde não será difícil escolher por uma vida com menos tempo de tela ou qualquer monetização digital do que produzimos como via principal ou fundamental de renda. Qualquer coisa fora disso me soa como um desastre beirando a dissociação coletiva do que é a vida vivida.
Pensando. Acho que a vida low profile analógica vai ser cada vez menos compatível com um crescimento econômico. Fico pensando se tem tipo aqueles esquemas de triangulo que vc só pode ter dois lados, saca? Acho que ter uma vida tranquila financeiramente falando sendo low profile dá, mas é difícil.
Mas, ao mesmo tempo, vai ser difícil ser "high profile" se você não curte, então também não funciona.
Acho que o role tá na busca por esse lugar ideal onde vc tem uma galera interessante perto de você que te permita conectar pontos e manifestar alguns trampos, sem que isso seja algo enorme - ao mesmo tempo que financeiramente provavelmente isso não vai ser enorme.
Ir "tunando" essa escala de grana x exposição x trampo